Estou andando pela rua,
sem rumo,
não sei onde devo ir,
nem o que devo fazer.
Está chovendo,
está frio,
mesmo que todos estejam de camisetas,
e eu também.
Minha situação não é boa,
minhas bochechas estão rubras,
meu olhar está pesado,
meu pensamento está confuso.
Está sol,
chuva de verão, eu presumo,
"ainda bem que não me maquiei",
foi a única coisa que consegui pensar.
Meu estômago está embrulhado,
minha garganta está começando a formar um nó,
sinto que vou chorar,
mas não quero.
Todas as pessoas começam a sair da chuva,
o tempo mudou de repente,
pelo menos para mim,
mas não quero sair daqui.
Por que fizeram isso?
Por que me deixaram deste jeito?
Por que me importo tanto?
O que está acontecendo?
O nó que estava na minha garganta se converteu em soluços,
pelo menos ninguém poderia saber que estou chorando,
não quero provar para todos que aquilo que dizem,
é a mais pura verdade.
Há, aquilo era uma festa, por acaso?
Se era, por que estou assim?
Eu sei por que,
confiei demais.
Do nada minha vida parece pesar,
nos meus olhos percebo isso,
minhas pernas não conseguem mais me segurar,
o peso da consciencia pelo visto existe.
Diante do meu sarcasmo começo a perceber que aquilo era real,
a chuva não era mais uma maquiagem do meu choro,
já que qualquer um podia percebe-lo agora,
que pena, não queria dar à elas esse luxo.
Os soluços param, não consigo mais chorar, nem falar nada,
a minha voz também me esqueceu.
Nem meus joelhos me seguram,
o jeito é deitar, afinal eu nem ligo para os outros...
Ou talvez ligue?
Minha vida começa a ressoar em minha mente,
nada mais parece sensato,
tudo está girando,
parece até um filme.
Meus olhos estão cada vez mais pesados,
se ao menos eu conseguisse gritar.
Mas não, estou sozinha,
ninguém se importou em não sair da chuva gelada, que cai em meu rosto.
Será que é tudo um sonho?
Acho que não,
são apenas ilusões, eu sei,
estou totalmente embriagada.
Meu choro me afogou,
agora não consigo levantar,
Será que é o meu fim?
Será que ainda vou viver para reclamar mais um pouco?
Meus pensamentos estão lentos.
"que porcaria está acontecendo?" Não consigo repetir outra coisa.
Só consigo sibilar 'soc..orro', que vindo de mim é um tanto cômico.
É de se espantar que tenha manchado tanto meu orgulho.
Parece que ninguém se importa,
afinal nem deveriam,
o que eu fiz?
Eu respondo: NADA
Meus olhos finalmente se fecham,
meu corpo parece relaxado, em êxtase,
ao menos tenho força para afastar aquela garrafa de mim,
e não tendo mais o que fazer,
Desmaio!
Parece que finalmente serei feliz!!!!!