quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Descobrir o que é amar.

   Um garoto de 12 anos caminha pelos corredores de uma escola,
aparentemente entediado,
carregando cadernos e livros surrados, que carregam seu nome,
depois de caminhar por um tempo aproximado de 10 segundos, chega em seu armário.
   Pega uma chave e o abre, revelando ser um tanto quanto desleixado,
futrica entre os livros, cadernos, gibis e outras coisas que estão lá, e encontra o que procurava;
   Era um caderno pequeno, muito bem cuidado, com capa encapada e uma aparente preservação de muito tempo.
   Ele então caminha para dentro de uma sala, com a mesma feição entediada, mas agora com a ponta de um sorriso. Por um subito momento percorre o olhar pela sala, com uma expressão significativa, como que procurando alguém.
   Achou, e por um mísero segundo o tempo pareceu pausar para ele, e o sorriso de uma pessoa pareceu preencher todo o lugar, mesmo que o garoto achasse que o sorriso não era para ele. O sinal toca.
   O relógio volta a dar seu monótono tic-tac e ele tem de se sentar.
   Escolhe um lugar qualquer e se senta, e na sua frente se senta a mesma pessoa, aquela cujo olhar encontrou o seu e foi ignorado, devolvido com o religar do tempo.
   No decorrer de um dia que parecia uma eternidade, olhares foram trocados mas não admitidos, e ambos tristes se formaram os corações, mas seus soluços foram abafados pelo orgulho.
   Uma garota de 12 anos, se sente ignorada, se sente boba, pois faz de tudo e não recebe nada. Sua irritação é aparente, mas ninguém liga.
   Ela sabe que não é A, mas também sabe que não deveria ser AQUILO.
   Ao soar de um sinal que anunciava um tempo para que a mente pudesse processar todas as informações, ela saiu correndo, nem querendo saber dos olhares confusos a sua volta, nem querendo olhar na cara de ninguém, nem 'dele', mas mal sabia ela que essa pessoa seguia cada passo que dava, rumo as lágrimas que insistiam em desobedece-la.
cansada, se senta, e apoiando as mãos nos joelhos se entrega, desiste de tudo e se baleia com pensamentos.
   Mas sente um toque, macio, desesperado e confuso roçar em seus cabelos, e suspende seu olhar vermelho e molhado, revelando uma pessoa assustada e agora confusa.
   Sem dar nenhuma explicação ele se ajoelha, seca as lágrimas com o carinho das costas de suas mãos, com seus olhos aprofundados e mergulhados no olhar dela, que o olha aparentemente ficando com as bochechas rubras e com o seu olhar embargado. Cansado de fingir ele segura com convicção o rosto dela, e sem perceber começa à se aproximar, e numa fração de milésimos de segundos se percebe dando um impulso para frente e envolvendo a garota com um toque, carinhosamente chamado de beijo.
   A principio não houve uma reação da menina, e ele refletiu se era a coisa certa, mas não queria desistir, e envolveu-a num abraço, para garantir que não fugisse.
   Ela fecha os olhos e se entrega, e percebe que aquilo não era tão estranho quanto parecia, e toda a sua insegurança foi esquecida, seu orgulho se despediu e a trizteza deu lugar à confiança.
   Segundos depois ambos acordam em seus quartos e tocam os lábios, e choram por pensar que tudo havia sido apenas mais um sonho, porém no outro dia, quando se encontram, ambos tocam os lábios, e se encarando percebem que aquilo que era impossível, realmente aconteceu.
   E assim descobriram o que é amar!



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